18 de nov. de 2009

ALERTA URGENTE: “Evangelho” no Brasil à beira do caos!


O atual movimento evangélico brasileiro me assusta. Reconheço, sou mesmo desconfiado. Mas não é para menos. Tens visto os acontecimentos dos últimos meses? Não? Já se esqueceu? Tudo bem. Gentilmente refrescarei sua memória.

Os líderes de duas das principais igrejas neopentecostais do Brasil estão na mira acirrada da Justiça. As acusações são graves: desde lavagem de dinheiro a associação com narcotraficantes da Colômbia. O que tais líderes alegam? Na “cara limpa” e sem titubear afirmam que tudo isso nada mais é que “estratégia do diabo” para prejudicá-los e para “afetar o avanço Reino de Deus”. O mais interessante é que o principal reino afetado até agora com tais denúncias tem sido aqueles construídos em suas propriedades no Brasil e exterior, e nas suas contas bancárias que aglomeram fábulas de dinheiro, fruto das suas exorbitantes colheitas mercenárias. Estes “servos de Deus” abarrotam suas famílias e comparsas com bens de luxo, fruto da exploração descarada das massas sofridas e indefesas que lotam suas igrejas.

Assim como o apóstolo Paulo, alerto que o problema não é o surgimento de “obreiros fraudulentos” (2Co 11.13), pois isso é inevitável. O maior problema é saber se as ovelhas darão ouvidos às suas sedutoras propostas e investidas que visam apenas sugar-lhes aquilo que de melhor podem oferecer. Após extraírem sua pele, carne, sangue e gordura, as tangerão impiedosamente de “seus” currais ou, em casos cada vez mais comuns, despejarão suas carcaças nos cemitérios da incredulidade espiritual.

O maior perigo desse movimento reside justamente na falta de reflexão do nosso povo. Nossas ovelhas sofrem de obesidade mórbida, gerada pelo sedentarismo intelectual e racional. Importamos para nossas igrejas brasileiras o modelo eclesiástico onde os nossos líderes, e apenas eles, pensam por nós. O que eles disserem vira decreto e verdade inquestionável. Tais líderes romperam e descartaram o lacre da hermenêutica e da exegese reformada e tradicional e, em troca, ofereceram um modelo pragmático (simples a ponto de ser banal!) de interpretação bíblica. Resultado: Além do perseguidíssimo “êxtase” entorpecente, conseguiram fazer com que aberrações como as listadas a seguir invadissem a internet e os palcos das igrejas: “Menino de 2 anos de idade prega com ‘autoridade pentecostal”; No sul do Brasil, galo fala em línguas estranhas e galinha interpreta”; Mulher, com auto-falante na mão, ora com ‘autoridade’ ao Senhor, determinando que Ele ressuscite seu filho (o que não aconteceu…)”. Tais avacalhações são pratos cheios para críticas e chacotas por parte dos que ainda se atrevem a colocar a cabeça para funcionar nestas bandas do mundo. Pior ainda: tudo isso precipita novamente a igreja no profundo abismo onde imperam as trevas da escravizadora ignorância e manipulação espiritual.

É impossível não temer pelo futuro da igreja evangélica brasileira quando olhamos para este cenário. Os mais otimistas, e menos realistas, dirão que a preocupação é sem sentido. Afinal de contas, “as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja do Senhor” (Mt 16.18). Mas é bem verdade, também, que não poderemos encontrar abrigo nessa afirmativa bíblica se as nossas igrejas não estiverem fincadas absolutamente na Palavra de Deus. Ou seja, se nossas igrejas não forem fiéis às Palavras do Senhor, suas portas serão abrupta e inevitavelmente fechadas e suas ovelhas dispersas.

Lembro-me de uma célebre frase que intriga: “Os que não conhecem a história estão condenados a repeti-la”. Apenas quem desconhece, ou nem mesmo ouviu falar do que tem acontecido nos EUA e na Europa, pode ficar “calmo, sereno e tranqüilo”. Na Europa, por exemplo, onde há algumas décadas fervia e “bombava” o avivamento Wesleyano, hoje templos estão sendo transformados em bares, boates, bordéis e cassinos. No berço do protestantismo, onde as conversões aconteciam aos milhares, hoje se amarga, em várias áreas, a realidade de conversões que, nas estatísticas mais otimistas, beiram cerca de 1% ao ano. Sem falar na frieza espiritual assoladora que varre as igrejas cristãs daquele continente, outrora conhecido por seu contagiante avivamento.

Esse movimento que atrai multidões, que as arrasta ao delírio gospel, que leva fãs evangélicos a andarem centenas de quilômetros para verem seus ídolos cantar, ministrar ou pregar, deve ser olhado por nós com desconfiança. É o nosso futuro, como igreja cristã brasileira, que está em jogo. Ou arregaçamos nossas mangas e começamos a lutar para desenvolver em nossas igrejas a cultura e o hábito da reflexão madura e bíblica dos fatos, ou dentro de pouco tempo estaremos chorando sobre o solo brasileiro, lamentando sua inevitável esterilidade, associada ao desprezo e descrédito do nosso povo à verdadeira e saudável pregação do Evangelho. Duvidas? Nesse caso, diferente do exigido por algumas igrejas, não precisa nem pagar pra ver…






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